As Jornadas Bolivarianas de 2013 terão como tema os
megaeventos esportivos, vistos nos seus variados aspectos: econômico, político,
de mobilização popular, cultural, saúde, organização urbana. A proposta deste
seminário internacional, que acontece na Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) há nove edições, é de fazer um debate crítico, saindo do lugar comum que
se vê na mídia comercial, de ufanismos e maravilhas.
Eventos desta natureza, muito mais do que propiciar lazer e divertimento tornaram-se espaços de acumulação do capital. Com eles, muito poucos têm grandes lucros e a maioria das populações dos lugares onde acontecem acabam tendo apenas ganhos periféricos, quando não vivem processos violentos de remoção.
Eventos desta natureza, muito mais do que propiciar lazer e divertimento tornaram-se espaços de acumulação do capital. Com eles, muito poucos têm grandes lucros e a maioria das populações dos lugares onde acontecem acabam tendo apenas ganhos periféricos, quando não vivem processos violentos de remoção.
Para compreender de forma crítica este atualíssimo modo de acumulação
capitalista, o Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA/UFSC) traz a
Florianópolis, de 9 a 12 de abril, renomados estudiosos e líderes populares de
vários países.
A abertura, no dia 9 de abril, contará com a presença do equatoriano Jaime Breilh, da Universidad Andina Simón Bolívar. Jaime é médico e um dos fundadores do movimento latino-americano da nova saúde pública, sendo o foco do seu trabalho a discussão da saúde esportiva como negócio e prática destrutiva. Segundo ele, a lógica dos megaeventos desfaz de maneira cabal a ideia do esporte como sinônimo de saúde.
A abertura, no dia 9 de abril, contará com a presença do equatoriano Jaime Breilh, da Universidad Andina Simón Bolívar. Jaime é médico e um dos fundadores do movimento latino-americano da nova saúde pública, sendo o foco do seu trabalho a discussão da saúde esportiva como negócio e prática destrutiva. Segundo ele, a lógica dos megaeventos desfaz de maneira cabal a ideia do esporte como sinônimo de saúde.
Outra presença significativa é a do cubano Antonio Becali Garrido,
reitor da Universidad de Ciencias de la Cultura Física y el Deporte, que trará
para o debate a concepção cubana de esporte e sua posição diante dos
megaeventos. Participa também o professor Fernando Mascarenhas, da Universidade
de Brasília, com larga trajetória na discussão do esporte brasileiro, tendo
sido membro do Conselho Nacional do Esporte e presidente do Colégio Brasileiro
de Ciências do Esporte.
Raumar Rodríguez Gimenez, professor da Universidad Nacional de Uruguai, traz a reflexão do esporte como espaço de cultura e analisa os efeitos dos megaeventos nesta perspectiva. Marcelo Weishaupt Proni, professor da Unicamp, atua na área da economia do esporte, tendo forte atuação na crítica do futebol-empresa e dos impactos que megaeventos esportivos geram nas economias locais. Nilso Ouriques, professor da UNOESC, que recentemente lançou um retrato do esporte catarinense com o livro "A miséria do esporte", faz a discussão da acumulação do capital gerada por megaeventos esportivos.
Raumar Rodríguez Gimenez, professor da Universidad Nacional de Uruguai, traz a reflexão do esporte como espaço de cultura e analisa os efeitos dos megaeventos nesta perspectiva. Marcelo Weishaupt Proni, professor da Unicamp, atua na área da economia do esporte, tendo forte atuação na crítica do futebol-empresa e dos impactos que megaeventos esportivos geram nas economias locais. Nilso Ouriques, professor da UNOESC, que recentemente lançou um retrato do esporte catarinense com o livro "A miséria do esporte", faz a discussão da acumulação do capital gerada por megaeventos esportivos.
No campo da mídia, as jornadas contarão com a presença de dois
jornalistas de visão crítica. Um deles é o brasileiro Juca Kfouri, da ESPN,
conhecido por sua seriedade, coragem e profissionalismo. Um ícone do pensamento
crítico no mundo esportivo. O outro é o jornalista mexicano Maurício Mejía,
também bastante conhecido no México por sua visão diferenciada no debate
esportivo, saindo do senso comum, típico da mídia comercial.
Outro estudioso que fará sua conferência nas Jornadas é o sul-africano
Eddie Cottle, que lançou há pouco tempo um denso trabalho sobre a Copa do Mundo
realizada no seu país. Olhando o evento desde o campo popular e na perspectiva
dos trabalhadores, Eddie poderá mostrar como a África do Sul foi afetada e
quais os impactos deixados na população.
Já o representante do debate popular no Brasil será Renato Cosentino
Vianna Guimarães, do Comitê Popular Rio Copa Olimpíadas, entidade que vem
travando batalhas importantes pelo direito ao esporte e à vida, principalmente
no que diz respeito aos despejos e à privatização do Maracanã. Paulo Ricardo do
Canto Capela, presidente do IELA e professor do Centro de Esportes da UFSC,
encerra o evento, discutindo a necessidade de o esporte sair da órbita do
negócio e se encarnar no mundo da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário